Com muita alegria e boas expectativas recomeçamos os encontros com os educadores de Vargem Bonita. Em fevereiro, até contação de história para as crianças tivemos! com nossa querida educadora parceira Celinha Nascimento. Em nosso reencontro, começamos brincando e nos divertindo, depois, conversamos sobre os desafios da educação e trocamos várias ideias sobre como aproximarmos mais as famílias da escola e contribuirmos para uma formação mais humana e integral dos estudantes que têm contato conosco. Fizemos uma reflexão sobre o crime ambiental em Brumadinho e sobre a importância de trazermos e ampliarmos essa reflexão no contexto escolar.
Agora, na próxima semana, dias 22 e 23 de março, nos encontraremos novamente para mais um momento de estudos e troca de experiências. Infelizmente, entre o nosso primeiro encontro do ano e este próximo, outro acontecimento muito triste ocorreu em nosso país, e dessa vez, intimamente ligado à Educação: as vidas tiradas na escola estadual Raul Brasil em Suzano.
Nesse momento tão sombrio, tomo a liberdade de compartilhar um texto muito lúcido da educadora Lourdes Atié, postado no Facebook logo após este triste acontecimento:
“Assistimos estarrecidos ao massacre de pessoas na escola de Suzano. Uma das pessoas que levou tiros foi a coordenadora pedagógica que, segundo depoimento do seu filho “a escola era a vida dela”. Estava no pátio, possivelmente organizando a escola. Ela poderia ter sido minha aluna no Singularidades e este amor eu conheço bem. Diante de tamanha tragédia, muitos defendem a necessidade de aumentar a segurança e até colocar policiais dentro da escola. Penso exatamente o contrário. Esta experiência, infelizmente, serve para refletirmos que escola é mais que um número classificatório de alguma avaliação. Escola é CONVIVÊNCIA, seja ela interna, entre todos que passam seus dias dentro dela e também é convivência no bairro, na comunidade, na cidade. Escola é para ser defendida e cuidada por todos. Policial dentro de instituição é bom para os presídios! Escola é lugar de interações criativas e afetivas. Lugar de encantamentos e desafios para entender o mundo e se sentir acolhidos e livres. Precisamos conversar sobre isso. Não é aumentando a segurança e nem subindo os muros. O caminho é construir pontes para que a escola faça parte de uma cidade verdadeiramente educadora. É sobre isso que venho lutando.”
E é pra isso que nasceu o Instituto Ecos na Educação: para que essa luta seja menos solitária e que possamos nos apoiar coletivamente na construção de uma sociedade menos doente.