Em maio, aproveitamos o momento que estivemos junto à educadora Iara Diniz para refletir um pouco sobre a relação Criança e Natureza que estamos cultivando (ou não) no cotidiano escolar da Educação Infantil no município de Vargem Bonita.

Fomos convidados pensar na Natureza e fazer um desenho que representasse este pensamento. Como era de se esperar, a maioria das pessoas desenharam elementos da Natureza como árvores, rios, montanhas, flores e cachoeiras, mas foram poucas as pessoas que incluíram o Ser Humano em seus desenhos. Essa representação distorcida da Natureza, em que o ser humano raramente é percebido como parte integrante, é o resultado de muitos anos de dissociação entre homem e natureza, corpo e mente, razão e emoção, pensamento e sentimento.

Percebemos a importância histórica do Iluminismo e do Renascimento para o avanço da ciência e do pensamento humano, pois, até então, a sociedade era regida por crenças e visões de mundo impostas pela religião vigente, que à época combatia veementemente uma visão mais científica e racional do mundo. No entanto, após séculos com esta visão de mundo mais racional, percebemos que a sociedade está adoecendo. A razão não abarca toda a complexidade do ser humano, e essa separação ilusória entre Ser Humano e Natureza tem trazido consequências devastadores para a sociedade como um todo e, em especial às crianças.

Nunca na história a infância foi tão medicada, tantas síndromes e transtornos diagnosticados em crianças cada vez mais novas. Na contramão desta corrente, encontramos alguns estudos, pesquisadores e experiências que fazem frente a esta tendência e nos inspiram neste movimento de desemparedar a infância:

Richard Louv, escritor norte americano que defende que o atual desafio para famílias e educadores é o déficit de contato com a Natureza, fazendo uma analogia ao déficit de atenção tão propagado em consultórios em todo o mundo.

Lea Tiriba, educadora ambientalista brasileira, referência em estudos sobre Infância, Natureza e Artes e membro do Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil e do Movimento Articulação Infâncias.

Laís Fleury, coordenadora do Programa Criança e Natureza no Brasil.

Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Dona Leopoldina em São Paulo.

Te-arte Criatividade Infantil, também em São Paulo.

Rede Municipal de Ensino de Novo Hamburgo.

E tantas outras inspirações que nos motivam a seguir adiante, apesar dos grandes desafios, e nos ajudam a ter a certeza de que estamos trilhando o caminho certo!