Construir um projeto inovador tem um caminho a ser percorrido. Nossa caminhada, a cada dia, tem sido vitoriosa e tem nos trazido grande alegria. Quando começamos nossas ações junto às escolas públicas da cidade de Vargem Bonita – MG, pensamos que deveríamos começar nossos encontros com os professores com perguntas que pudessem suscitar mais perguntas, para nos desassossegar.
– De onde vem a nossa Natureza?
– Por onde começar a recuperar a nossa Natureza?
– Qual a Natureza de nossa aprendizagem?
– Educação e Natureza: construir ações possíveis e necessárias?

E fomos encontrando outras perguntas pelo caminho e algumas com respostas, como por exemplo:
“Mas o que é Natureza para as crianças?
É um pouco da base do Mundo. (Isabela, oito anos)
Não vive sem a gente. (Ana Cecília, cinco anos)
É vida, porque faz a gente viver. (Marcelo, quatro anos)
É o mundo feito por ela mesma. (Alice, nove anos)
Ninguém sabe quem criou a natureza. (Lucas, seis anos)
A natureza está no nosso coração, porque a gente já é natureza. (Cloé, cinco anos). (1)

E, nesse movimento, encontramos um conceito no livro Presença (2), cristalizar o intento. “Cristalizar o intento é um termo usado devido à maneira como o cristal concentra ou focaliza a luz. Para cristalizar o intento é preciso que permaneçamos abertos a um propósito maior para, imaginativamente, traduzir as intenções surgidas em imagens concretas e visões orientadoras da ação”.
E mais perguntas…
“Mas como desenvolver o seu intento? Você começa por captar com clareza o que quer fazer. Por que quer fazê-lo? Como isso reflete seus valores? Como isso se relaciona com seu propósito essencial na vida? O que você deseja realizar na sociedade? Reflita sobre todas as contradições aí implícitas e depois, se possível, reconcilie-as. Isso pode levar de uma semana a décadas. O processo de refinamento – pensar em sua intenção muitas e muitas vezes – é, em certo sentido, uma disseminação dessa intenção. Depois de semeá-la, resta pouco a fazer. O disseminar da intenção se espalha e a faz acontecer. Seu papel será então o de permanecer sempre alerta, esperando pacientemente, e aberto a todas as possibilidades.” (3)
IMAGINAR ATÉ EXISTIR… O INSTITUTO ECOS NA EDUCAÇÃO

(1) Do projetar ao contexto investigativo ao maravilhar-se, pág. 82
(2) (3) Presença, pág. 133,134.