Quando falamos em COMPAIXÃO, SOLIDARIEDADE, ALTRUÍSMO, temos a tendência a pensá-los como características de personalidade inatas, ou sentimentos, que alguns têm, outros não.
E isso não necessariamente é uma verdade. Podemos APRENDER a ser compassivos e solidários! É o que demostra mais de 20 anos de estudos e pesquisas que embasam o SEE Learning, uma metodologia de aprendizagem Social, Emocional e Ética (SEE). Os estudos e pesquisas que embasam cientificamente o método são realizados pelo Centro de Ciência Contemplativa e Ética Baseada na Compaixão da Emory University, e liderados pelo PhD. Geshe Lobsang Tenzin Negi.
Recentemente tive a alegria e o privilégio de participar do 1º Semana Formativa do Programa SEE Learning no Brasil, uma semana de intensos estudos, práticas e reflexões.
O que, ao meu ver, faz essa metodologia especial entre tantas outras atuais pensadas para desenvolver habilidade socioemocionais?
Realizado em parceria com a Tibet House e Universidade Emory (EUA), esta abordagem possui suas bases teóricas tanto no Oriente quanto no Ocidente: o método é inspirado nos ensinamentos de Dalai Lama e do psicólogo Daniel Goldman.
Por possuir suas raízes na cultura tibetana, a COMPAIXÃO é sua base, seu ponto de partida e seu ponto de chegada. O objetivo não é uma aprendizagem de habilidades socioemocionais apenas para meu desenvolvimento e bem estar próprios, mas como colocar meu bem estar a serviço do outro e da comunidade. Resumidamente seria responder, não teoricamente, mas na prática: “como posso incorporar mais compaixão em meu dia a dia?”
Esta metodologia traz uma abordagem da Ética Secular, pautada na condição comum a toda a humanidade: buscar a felicidade e evitar o sofrimento. Independente de qual religião fazemos parte ou não mesmo fazendo parte de nenhuma, todos preferimos ser tratados com respeito e cuidado em vez de receber indiferença ou hostilidade.
Um resumo nas próprias palavras do Dr. Negi , que também esteve presente na abertura da Semana realizado no Insituto Sidarta, Cotia-SP, escolhido pela Emory University para sediar o evento (citação da página do Instituto Federal de Brasília):
“Darwin já dizia que a simpatia é um dos instintos mais preponderantes do ser humano. Nos séculos 19 e 20 a defesa era de que os mais fortes sobreviviam e assim a base era a competição. Hoje a ciência já defende outro princípio, que é o da cooperação. A ideia de que o mais forte prevalece está caindo. A lógica é não a que compete, mas a que melhor coopera entre si. Cooperação no sentido mais amplo, para além do externo, pois a cooperação verdadeira é a que vem de dentro, a que estabelece confiança e valor (…). Hoje temos refugiados por guerras, no futuro a tendência é que os refugiados serão climáticos. Para enfrentar estas situações precisamos exercitar a compaixão e a bondade”.
Portanto, faz-se urgente colocar na centralidade do fazer pedagógico o desenvolvimento destas habilidades.
Após este primeiro contato, vejo o SEE Learning como uma metodologia bem estruturada que traz para o cotidiano escolar exercícios de atenção plena, reconhecimento de emoções e sentimentos, observações das sensações, conversas sobre resiliência e visão sistêmica. Vi muito sentido neste trabalho e espero aprofundar meus estudos para ser uma multiplicadora desta prática.
Muita sintonia com os princípios do Instituto Ecos!! Vamos nos juntando!